Plataformas digitais e hiperlinks como meios de agregar e apresentar a cena teatral contemporânea e colaborar com a ampliação dos campos referenciais e perceptivos dos estudantes de teatro.
Descrição
ANTEPARO – CENA CONTEMPORÂNEA
O estado atual das artes está em processo contínuo de especialização, mas nem sempre é contemplado pelos campos referenciais e perceptivos dos estudantes recém-ingressos no campo dos estudos teatrais.
No panorama das artes cênicas as noções de “personagem” e “texto dramático”, que há pouco eram consideradas fundantes da cena, não mais dão conta dos processos contemporâneos de criação. “Teatro pós-dramático”, “teatro performativo”, “performer”, “teatro colaborativo”, o espaço cênico não convencional e as novas mídias utilizadas das mais inusitadas maneiras na cena teatral, abriram outros caminhos para o trabalho do ator-performer e para o desenvolvimento da cena.
Na maioria das vezes é possível constatar que, em relação ao trabalho do ator, as referências iniciais dos estudantes recém-ingressos nos cursos de teatro se dão da seguinte ordem: o ator de televisão, depois o de cinema, por último aparece o de teatro. Não é de se estranhar, uma vez que sabemos muito bem o que significa o impacto da televisão e o espaço que a telenovela ocupa em nossa sociedade. Esta constatação possibilita apenas afirmar que as noções iniciais sobre o ofício do ator estão muito relacionadas à construção de personagens e à necessidade do texto dramático para o desenvolvimento dos processos de criação - noções que certamente não são inválidas, mas não são mais suficientes para referenciar o panorama teatral contemporâneo.
Esta “Cartografia Visual: 1ª Paisagem” se estabelece como uma espécie de campo de confronto, promotor de pequenas fissuras nos campos referenciais e perceptivos dos estudantes recém-ingressos, sobre: a cena teatral contemporânea, o trabalho do ator-performer, a abordagem do espaço cênico e a utilização das novas tecnologias e as visualidades da cena.
Análise
do espetáculo: Lívia Chumbinho; Projeto: Cartografia Visual: 1ª Paisagem
(PROGRAD-DIREN/UFU; 2013-2014); Coordenação, Orientação e Coautoria: Eduardo De
Paula (Teatro-IARTE/UFU).
Sinopse Espetáculo sensível, lírico e
performativo, é ao mesmo tempo uma
espécie de desabafo e manifesto de uma artista-criadora contemporânea frente
aos mecanismos que [in]viabilizam a produção artística e cultural no Brasil, ao
colocar em cena a discussão sobre as leis de incentivo e as contradições que
envolvem os artistas e os planos da criação e da burocracia. A ação cênica
utiliza a biografia da artista e sua realidade de confronto com o campo dos
editais, dos projetos e da criação, problematizando a burocracia das leis de
incentivo à cultura.
O trabalho da performer
Fonte: http://www.dudude.com.br/dudude.html
Dudude Hermann é bailarina, improvisadora, coreógrafa, diretora de espetáculos e professora de dança. Neste espetáculo, em meio a uma mesa com pilhas e pilhas de editais e cópias de projetos, ela inicia uma aula de dança e improvisação, penetrando no espaço e no imaginário da plateia com questões colocadas numa urgência aflitiva e poética, criando assim um espaço de reflexão e crítica sobre os mecanismos de “estímulos” existentes para os pesquisadores de todas as áreas do conhecimento ao ter que atuar de modo sensível e, ao mesmo tempo, ser obrigados a cumprir as exigências burocráticas das leis.
Mídias
e visualidades da cena
A
presença da performer e sua corporeidade, como construtoras de ambiência, criam
um todo potente e simbólico. As visualidades presentes são aquelas que se
referem à iluminação e à sonoplastia, ambas colaboradoras na instalação de
atmosferas cênicas.
Além
de ser uma espécie de trânsito entre dança, teatro, palestra e improvisação, a performance abre um campo experimental
ao aproximar linguagens e afirmar a hibridez do acontecimento arte/vida. O
figurino é composto por calça e camisa simples, mas com textura que colabora
com os movimentos da performer e com o campo sensorial do espectador.
Fonte:http://www.dudude.com.br/dudude.html
*
Ficha técnica: Concepção/Intérprete:
Dudude Herrmann; Direção: Cristiane Paoli Quito; Assistência de direção: Lydia
Del Picchia; Figurino: Marco Paulo Rolla; Trilha Sonora: Natalia Mallo &
Danilo Penteado; Desenho de Luz: Bruno Cerezolli; Vídeos: Joacélio Batista e
Frederico Herrmann; Cenotécnico: Helvécio Izabel; Desenho Gráfico: Alexandre
Abrahão;Fotos: Guto Muniz;
Produção: Ludmilla Ramalho; Assessoria de Imprensa: Joyce Athiê.